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Noticiar a Região do Ribatejo

"Noticiar a Região do Ribatejo" é um blogue de notícias da região do Ribatejo

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Almeirim – Evento solidário “Vamos Ajudar o João”

06.02.19 | noticiar

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O cineteatro de Almeirim recebe o evento solidário “Vamos Ajudar o João”, um jovem que luta contra o cancro, dia 19 de fevereiro, a partir das 16:00 horas.

O evento consta de um espetáculo em que atuarão alunos e antigos alunos da ESMA (Escola Secundária Marquesa da Alorna) e da ginástica acrobática (20kms Almeirim).

A iniciativa contempla um lanche.

Iniciaram as obras na EN 365-4 Pernes – Malhou

06.02.19 | noticiar

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Arrancaram, esta quarta-feira, as obras na Estrada Nacional 365-4 que liga Pernes a Malhou. A intervenção está a ser realizada num troço de estrada com cerca de 100 metros, numa zona onde o pavimento evidencia falta de estrutura. A obra contempla também o saneamento e a reposição das camadas granulares e betuminosas.

A obra integra a empreitada de conservação e manutenção de estradas do concelho de Santarém, que pretende reparar diversas zonas da estrada que necessitam de intervenção, com vista à melhoria da circulação e segurança dos utilizadores.

Santarém – Cidade scalabiana recebe parceiros do Projeto Internacional BE.Safe

06.02.19 | noticiar

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Santarém recebeu hoje os parceiros do projeto Internacional BE. Safe, que visa capacitar os educadores que trabalham com pessoas com deficiências intelectuais a fornecer informações sobre crimes na Internet e capacitá-los a permanecerem seguros online.

 

Este grupo, formado por cinco parceiros do projeto, sediado na Polónia - país coordenador do Projeto BE.Safe, Portugal, antiga República Jugoslava da Macedónia, Bélgica e República Checa, está em Santarém este mês para a realização de um curso para professores e auxiliares, coordenado por Ana Torres, professora da ESES – Escola Superior de Educação de Santarém, em parceria com Sílvia Canha, professora do Agrupamento de Escolas Alexandre Herculano.

 

“Os parceiros do projeto vão recolher estudos de casos que darão exemplos de situações em que pessoas com deficiências intelectuais podem ser vítimas de crimes na Internet. Foram desenvolvidos padrões éticos que serão usados para conduzir entrevistas, a fim de recolher estudos de casos de pessoas com deficiências intelectuais que se tornaram vítimas de crimes na Internet.” Com base nesses estudos, vai ser criado um currículo para educadores e materiais de formação para educadores e pessoas com deficiências intelectuais.

 

“Os estudos de caso, bem como o currículo e outros materiais de formação que vão ser desenvolvidos como resultado do projeto, vão ser disponibilizados publicamente em seis idiomas, incluindo em versões fáceis de ler.”

 

Os resultados serão depois avaliados por pessoas com deficiência intelectual, de forma a garantir a sua pertinência, acessibilidade e adequação dos métodos.

 

“O projeto BE.Safe é cofinanciado, no âmbito do programa Erasmus + KA2 Strategic Partnership (Cooperação para a Inovação e o Intercâmbio de Boas Práticas – Parcerias Estratégicas para a Educação de Adultos). Os parceiros têm experiência diversificada no trabalho e representação de pessoas com deficiências intelectuais e combinam os seus conhecimentos ao colaborar no projeto.”

 

 

Os parceiros do projeto Internacional BE. Safe foram acompanhados por Ana Torres, coordenadora do Projeto BE.Safe, na ESES – Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico de Santarém, em parceria com Sílvia Canha, professora do Agrupamento de Escolas Alexandre Herculano.

 O grupo foi recebido no Convento de S. Francisco, por Inês Barroso, Vice-Presidente da Câmara de Santarém.

 

No final da receção foi realizada uma visita guiada ao Centro Histórico de Santarém, com Vera Duarte, Guia Intérprete Oficial da Câmara de Santarém.

Portela das Padeiras – Despiste de camião provoca 1 ferido

06.02.19 | noticiar

Um camião, que transportava engaço, despistou-se, esta manhã, na Nacional 3, em Portela das Padeiras, concelho de Santarém, tendo provocado um ferido ligeiro, o condutor do pesado.

Devido ao sinistro, uma faixa ficou obstruída no sentido Póvoa de Santarém – Santarém.

No teatro de operações estiveram os Bombeiros Municipais de Santarém e a PSP.

Município de Alpiarça divulga carta enviada à Autoridade Nacional de Comunicações a exigir a existência de estações de correios em todos os concelhos

06.02.19 | noticiar

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Foto CMA

O município de Alpiarça divulgou a carta que o presidente da autarquia, Mário Pereira, enviou ao presidente da Autoridade Nacional de Comunicações, João Cadete de Matos.

O município exige nesta, a obrigatoriedade de existir uma estação de correios gerida pelos CTT em todos os concelhos, de forma a garantir o serviço público postal.

 

Participação da Câmara Municipal de Alpiarça no âmbito da Consulta Pública aberta pela ANACOM em 10-01-2019

 

“Exmo. Sr. Presidente do CA da ANACOM - Autoridade Nacional de Comunicações

Dr. João Cadete de Matos

 

Encetou a ANACOM - Autoridade Nacional de Comunicações, autoridade reguladora em Portugal das comunicações postais e das comunicações eletrónicas, o processo de revisão dos objetivos de densidade da rede postal e de ofertas mínimas de serviços fixados na decisão da ANACOM de 15.09.2017 complementando-os de modo a acautelar, não só os riscos, mas mesmo os prejuízos para qualidade do serviço e as violações legais e contratuais já verificados em relação à Concessionária do Serviço Postal Universal (“o qual consiste na oferta de serviços postais definida na presente lei, com qualidade especificada, disponível de forma permanente em todo o território nacional, a preços acessíveis a todos os utilizadores, visando as necessidades de comunicação da população e das atividades económicas e sociais” - art° 10°, n°1 da Lei 17/2012), a empresa CTT, e que se têm vindo a agravar como encerramento já concretizado nalguns casos (como é o caso da única Estação de Correios no concelho de Alpiarça) e já anunciado para decorrer nos próximos meses, noutros concelhos por todo o País, de estações de correio.

 

Nesse âmbito foi deliberado em 10-01-2019 determinar aos CTT a apresentação à ANACOM de uma proposta que complemente os objectivos de densidade no que respeita a estabelecimentos postais e outros pontos de acesso à rede postal afeta à concessão e de objetivos de ofertas mínimas de serviços, incluindo regras sobre períodos mínimos de funcionamento dos estabelecimentos postais, mais tendo deliberado apresentar um conjunto de recomendações à empresa concessionária, entre outras deliberações incluindo a abertura de um procedimento de consulta pública por 20 dias úteis.

 

Assim, vem a Câmara Municipal de Alpiarça, exercer o direito de participação na referida Consulta Pública, em defesa do Interesse Público e dos direitos dos munícipes e populações de Alpiarça, bem como das demais entidades empresariais, cooperativas e associativas do concelho.

 

Em 31 de Março de 2017, em reunião havida entre a Câmara Municipal de Alpiarça (CMA) e os CTT, a empresa concessionária do serviço universal postal em Portugal (art° 57°, n°1 da Lei 17/2012, de 24-04), assumiu a intenção de abrir uma nova loja (viria a ser um posto de correios), garantindo porém não ser sua intenção encerrar a única Estação de Correios do concelho de Alpiarça. Antes pelo contrário, declararam que se pretendia reforçar a oferta de serviços à população e possibilitar o alargamento do horário de atendimento ao público na nova loja mantendo nos mesmos termos todos os serviços prestados na Estação de Correios de Alpiarça.

 

Porém, em 19 de Dezembro de 2017 a CTT anuncia um plano de reestruturação da empresa, prevendo o despedimento de trabalhadores (saída de cerca de 1.000 trabalhadores até 2020) e o encerramento de estações com menor procura, sob a designação de “otimização da cobertura da rede’’ a concretizar “através da conversão de lojas em postos de correio ou fecho de lojas com pouca procura por parte dos clientes” e “Continuar a desenvolver o modelo de postos de correio explorados por terceiros".

 

Embora os CTT proclamem que o encerramento de lojas e estações "não coloca em causa o sen/iço de proximidade às populações e aos [...] clientes, uma vez que existem outros pontos de acesso nas zonas respetivas que dão total garantia na resposta às necessidades face à procura existente", tal não corresponde, salvo o devido respeito, à verdade, como se procurará demonstrar.

 

Em Janeiro de 2018, confirma-se o pior dos cenários, sendo encerrada a Estação de Correios de Alpiarça que passou a estar apenas servida pelo posto de Correios a cargo de terceiros (papelaria) que abrira em Maio de 2017, retirando à população de Alpiarça um importante serviço público. Independentemente da questão de salvaguarda do que considera ser o Interesse Público Municipal (e nacional, do ponto de vista da coesão territorial e combate ao despovoamento dos concelhos com forte vocação rural), a CMA entende que a empresa concessionária CTT se encontra em franca violação da lei e dos termos contratuais assumidos com o Estado, não estando a cumprir as suas obrigações relativas a um serviço público fundamental.

 

Com efeito, a concessionária tem, por efeito da Lei 17/2012, de 24-04, das Bases da concessão do serviço postal universal (DL 448/99, de 04-11, na

redacção e republicação do DL 160/2013, de 19-11) e do Contrato de Concessão subscrito com o Governo português, um conjunto de obrigações, que não está a cumprir integralmente, de que passamos a destacar as seguintes:

 

  1. a) Afectação de meios para a prestação de serviços postais e manutenção darede postal (Base II, n°3, Base V, Base VIII, 1, a) e b), Cláusulas 2a, n°3, 5a, 9a

do Contrato de Concessão) - Os CTT estão obrigados a assegurar a “manutenção, desenvolvimento e exploração do conjunto de meios humanos e

materiais necessários à prestação do serviço postal universal (...) os quais consistem na rede postal afeta à concessão”, bem como a “afetar à concessão o conjunto de meios humanos e materiais necessários à prestaçãodo serviço postal universal e dos demais serviços e atividades integrados no objeto da concessão”. A prestação de outros serviços “não podem afetar o cumprimento pela concessionária das obrigações constantes do contrato de concessão” (Base VII).

 

A rede postal afeta à concessão deve ser não só mantida “em bom estado de funcionamento, segurança e conservação” zelando-se “pela sua operacionalidade”, como desenvolvida “qualitativa e quantitativamente (...) de modo a assegurar os níveis de qualidade adequados aos serviços que nela se

suportem, cumprindo, nomeadamente os objetivos que vierem a ser fixados nos termos da base XV (Base IX, alínea a) e b)).

 

Cabe à ANACOM, sempre que “considere que os objetivos [de densidade no que respeita a estabelecimentos postais e outros pontos de acesso à rede postal afeta à concessão] e regras apresentados pela concessionária não correspondem às necessidades dos utilizadores” notificar a concessionária para que esta proceda à revisão dos mesmos, como ora está a acontecer, e

bem, “fixar os referidos objetivos e regras” tendo em consideração os critérios legais (Base XV).

 

Compete “ao Estado providenciar para que a densidade dos pontos de acesso corresponda às necessidades dos utilizadores" (art° 10°, n°2 da Lei

17/2012). Um dos critérios de avaliação da qualidade do serviço postal universal é a “densidade dos pontos de acesso, regularidade e fiabilidade do serviço" o qual deve estar assegurado em todo o território nacional de modo a “respeitar os princípios da transparência, da não discriminação e da proporcionalidade, garantindo a continuidade da prestação do serviço universal como fator de coesão social e territoriaf’ (Art° 11°, n°1, al. b) e art° 17°, n°2 e 3 da Lei 17/2012).

 

O encerramento da única Estação de Correios de Alpiarça discrimina este concelho perante os demais, não contribui para a coesão territorial, desgradua

a rede postal (não a expande nem sequer a mantém!). Embora, aparentemente, a concessionária CTT tenha margem para escolher os meios como assegura a rede de prestação dos serviços postais (serviço universal), essa liberdade não é absoluta, antes encontra-se condicionada por: normas e princípios estabelecidas na Lei 17/2012, nas Bases da Concessão, no contrato de concessão e nas decisões do Regulador (ANACOM). As Estações de Correio são o modo normal para prestar esse serviço pois só elas asseguram os princípios e os direitos dos utentes e as obrigações da Concessionária.

 

  1. b) Sigilo e protecção da vida privada (Base VIII, n°1, al. c) e d), Cláusula 8a, n°1, al. c) do Contrato de Concessão) - Nos serviços prestados em postos de correio explorados por terceiros, como papelarias, o atendimento é assegurado por pessoas sem adequada formação específica, que não são profissionais exclusivos de serviços postais, não se encontram sujeitos às mesmas regras deontológicas e profissionais, nem ao regime de incompatibilidades e devoção ao serviço, numa relação de hierarquia, que assegura o cumprimento dos deveres de segredo, inviolabilidade e sigilo postais como acontece pelos funcionários dos CTT (como a Portaria 706/71, de 18-12 - Regulamento Geral do Pessoal dos CTT - procurou assegurar).

 

Mas a questão não se prende apenas com a pessoa que presta os serviços postais ou contacta com os cidadãos, mas com o próprio espaço usado. Uma papelaria que no mesmo espaço em que se vendem jornais e revistas, lápis e borrachas, euromilhões e raspadinhas, gomas e lenços de assoar, se entrega

e levanta correio registado, se recebem e remetem valores ou se recebem pensões sociais.

 

Por outro lado, prestando-se outros serviços a par com os serviços postais, estes correm o risco de ficar prejudicados, mormente a nível de morosidade no atendimento e de confusão nas funções desenvolvidas muitas vezes pela mesma pessoa numa constante transição de papéis, que potencia erros, omissões e falhas no cumprimento das obrigações postais.

 

  1. c) Qualidade e acessibilidade do serviço postal (Base VIII, 1, al. e), m) e Base XII, 1, art° 11°, n°1, al. b) e c) e art° 13° da Lei 17/2012, Cláusulas 8a, n°1, al. e) e m), 12a, n°1 do Contrato de Concessão) - Pelo contrato de concessão ficou a concessionária obrigada “Garantira todas as pessoas, em paridade de condições, a igualdade e a transparência no acesso e na utilização dos serviços concessionados” mas também a “Adotar medidas que garantam facilidades de utilização do serviço por parte de utilizadores com necessidades especiais, devendo, designadamente, adequar as estruturas onde esse serviço é prestado”. Por outro lado, o serviço, deve obedecer a padrões de qualidade que podem e devem ser fixados pela ANACOM.

 

A prestação de serviços postais em lojas/estabelecimentos (postos de correio explorados por terceiros) em exclusivo num concelho (isto é, não em acumulação mas em substituição de uma Estação de Correios) cuja actividade principal nem sequer é a prestação de serviços públicos, mas uma qualquer outra actividade comercial, não responde à panóplia de obrigações da concessionária, nem aos princípios que temos vindo a enumerar e que o legislador quis acautelar. Não é apenas uma questão de pouca dignidade, trata-se de incutir respeito pela função postal, conferir confiança à população e às empresas, e assegurar o acesso, num espaço dedicado e com todas as garantias, a todos, incluindo a pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida, dos fundamentais serviços públicos postais - situação que no caso das papelarias está longe de ser plenamente assegurado.

 

No caso concreto de Alpiarça assiste-se à completa regressão nesta matéria: a Estação de Correios, entretanto encerrada, tinha sido objecto de uma intervenção de melhoria da acessibilidade a cidadão de mobilidade reduzida, para a qual colaborou activamente a CMA; a actual solução do posto de correio não garante essas condições de acessibilidade universal.

 

Pelo exposto, a Câmara Municipal de Alpiarça mantém a sua posição de que o concelho deve ser servido por uma Estação de Correios gerida directamente pelos CTT; uma Estação que preste um serviço público, concessionado pelo Estado, com caráter universal, de acordo com elevados padrões de qualidade; pelo que considera justo e imprescindível a reabertura da sua Estação de Correios em Alpiarça, nas condições impostas pela decisão da ANACOM de 10.01.2019, com a maior brevidade possível.

 

Todos os dias somos confrontados com notícias sobre novos encerramentos de estações por todo o País, deixando as populações ao abandono, existindo cada vez mais concelhos sem qualquer estação dos CTT. Está cada vez mais claro o caminho de gestão seguido pela actual administração dos CTT que, a breve trecho, se não for travada, conduzirá inevitavelmente à destruição desta importante empresa nacional.

 

Assim, consideramos fundamental a consagração no Contrato de Concessão, de forma clara e iniludível, da obrigatoriedade de existência em cada um dos concelhos do País de pelo menos uma Estação de Correios gerida directamente pelos CTT, cumprindo todas as exigências de qualidade, nomeadamente nos termos referidos pela ANACOM.

 

Independentemente do que ficou (ou não ficou) definido no Contrato de Concessão, o interesse nacional não está salvaguardado pela linha de acção que a administração dos CTT tem vindo a seguir (e a acentuar nos últimos meses) com “ofertas mínimas de serviços” em grande parte do território nacional em contrapartida a elevadas taxas de lucro - em muitas dezenas de milhões de euros anuais - aos accionistas privados da empresa.

 

Em nome da população do concelho, saúdo a preocupação demonstrada, bem como a justa e oportuna decisão da ANACOM, na qual se integra esta Consulta Pública, na expectativa de uma intervenção em favor do interesse nacional que venha a consagrar os aspectos atrás referidos e assim se traduza na melhoria do serviço postal universal prestado às populações - e em condições de igualdade - em todo o território português.

 

Com os meus cumprimentos,

 

Mário Fernando Atracado Pereira

Presidente da Câmara Municipal de Alpiarça"

Coruche - “Um Poema na Vila” celebra 7 anos de existência - Entrevista com a coordenadora do projeto, Ana Freitas (com audio)

06.02.19 | noticiar

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“Um Poema na Vila” celebra, no próximo domingo, os seus 7 anos de existência. “Um Poema na Vila” consiste num grupo de pessoas de Coruche, que gostam de declamar e escrever poemas e de os partilhar. Declamam poemas seus e de outros autores, mensalmente em sessões públicas.

A coordenadora deste projeto é Ana Freitas, que concedeu uma entrevista, para falar sobre os 7 anos de existência de “Um Poema na Vila”.

 

“Um Poema na Vila” celebra 7 anos de existência. Ainda se recorda da 1ª sessão?

“Recordo perfeitamente, foi no Café da Vila, em Coruche. O Café encheu, e o mais curioso é que todos os amigos me diziam que deveria realizar uma sessão, em Coruche, uma vez por mês. E no final da sessão muitas pessoas perguntaram e no próximo mês? E perante esta questão respondi que não tinha pensado, mas lá disse então tudo bem, e fica para o próximo mês. E foi assim muito engraçado. Eu costumo dizer e é verdade, as pessoas é que quiseram que fosse mensal. Foi uma sessão muito bonita, não houve tema específico, foi poesia à solta, ao contrário das sessões que se seguiram.”

 

Quem foi o mentor da criação do grupo?

“Verdade seja dita; fui eu porque entretanto em 2009, eu tinha conhecido Jorge Castro; e a vida traz-nos estas surpresas, hoje somos amigos. Jorge Castro tinha umas sessões de poesia mensais, na biblioteca São Domingos de Rana, e convidou-me para ir assistir às mesmas. Inicialmente comecei por ir sozinha, e depois comecei a convidar pessoas de Coruche, e de facto achei que isto era algo que não havia em Coruche, e que haviam pessoas que gostavam de poesia. E assim fui pensando nesta possibilidade. Claro que é óbvio, que eu sozinha não faria nada. A minha amiga Graça Mansidão aceitou a minha proposta de começar as nossas sessões num café da vila, ela achou ótimo, e assim foi.

A ideia foi minha, mas de qualquer modo, foi este conjunto de situações que me levaram a fazer isto, e graças à Graça Mansidão que me deu essa oportunidade também.

E estivemos no Café da Vila durante muito tempo. Depois como a assistência já era de cerca de 50 pessoas, tivemos de pensar em outros locais para realizar as sessões.”

 

Explique a escolha do nome “Um Poema na Vila”.

“Era o Café da Vila (onde as sessões se começaram a realizar), era poesia, e porque Coruche é uma vila, e por isso este nome.”

 

Que balanço faz destes 7 anos de existência?

“É um balanço muito positivo porque é óbvio que quando nós começamos qualquer coisa, há sempre a esperança que tudo corra bem, mas honestamente, independentemente do que vai acontecer no futuro, o facto é que estou extremamente satisfeita, feliz, porque tem sido um projeto que me tem satisfeito muito, a mim e de todas as pessoas de Um Poema na Vila. O projeto tem continuado muito naturalmente, pura e simplesmente porque as pessoas vão às sessões. As pessoas que vêm ficam felicíssimas por assistirem às nossas sessões. Quando convido, o facto é que as pessoas aderem. E tudo isto gratuitamente, não mexemos com dinheiro, e é uma maravilha. Algumas vezes ainda gastamos algum, pois, por vezes, vamos aos lares, por exemplo, levar poesia, e a outros sítios que nos convidam. Quando são câmaras, às vezes temos transporte, outras vezes vamos por meios próprios. A câmara municipal de Coruche tem, na medida do possível, não tanto como gostaríamos, mas tem nos ajudado no sentido de que faz a impressão dos cartazes e convites, e outros materiais que precisamos; e tem-nos cedido o local para o realizar das sessões, e nós agradecemos sempre a cedência do espaço.”

 

Considera que agora há mais gente a gostar de poesia devido às vossas sessões?

“Sem dúvida. Há pessoas que vão uma vez, e que inicialmente diziam que não gostavam de poesia e começaram a gostar, começaram a ler, a escrever e a declamar. E de facto temos sempre bastante gente a declamar, a trazer os seus poemas. É muito interessante porque como cada sessão tem um tema, há sempre um grupo que gosta de pensar nesse mesmo tema e escrever um poema para o mesmo.

Por vezes acontece os títulos dos poemas serem os mesmos, mas o conteúdo é diferente; o que é muito interessante.”

 

Não realizam apenas sessões na vila de Coruche, também já o fizeram em outras localidades. É gratificante para vós realizar sessões fora de Coruche…

“É gratificante não só porque levamos poesia, mas também porque levamos Coruche, nós vestimos a camisola; e é um contacto também diferente com outra realidade porque muitas vezes há locais onde habitualmente se declamam poemas, e que no fundo trocamos impressões, que nos permite ver outras realidades culturais, diferentes da de Coruche, o que nos faz enriquecer. Em dezembro, por exemplo, fomos a Mora, a convite da câmara municipal de Mora. A sessão aconteceu na inauguração dos presépios, no Centro Cultural de Cabeção, um espaço muito interessante, e que está a ser dinamizado, e muito bem, pela autarquia de Mora, concretamente pelo João André. Nós levámos lá os nossos poemas de Natal, e houve também a atuação do Grupo de Cantares da Universidade Sénior de Mora; foi muito interessante. E pronto, tudo isto é partilha, tudo isto é convívio.”

 

Durante estes anos editaram livros de poesia, como “O montado – um lugar poético” e “A minha rua”. Pensam em lançar mais livros de poesia?

“Eu tenho um que gostaria muito de fazer. Enquanto estes são livros pequenos, só de uma sessão, e que foi suportado por cada elemento do grupo, tendo ficado por isso relativamente acessível. Agora há um que eu já sonho, mas este ficaria relativamente caro, e por isso já não temos essa possibilidade, que seria um livro da Lusofonia. Nós entre 2014 e 2015 fizemos um ano de Lusofonia. Penso que foi no 4º aniversário, que inclusive tivemos a Pilar Del Rio, na altura em que homenageámos Saramago dentro da Lusofonia. E nesse ano, cada mês homenageámos um país da Lusofonia. E de facto foi uma experiência interessantíssima e enriquecedora porque nós começávamos pela gastronomia, em que cada almoço desse dia era cozinhado por um natural desse país. Depois tínhamos a sessão, com poemas de poetas e música desse país. Para a elaboração do fundo do cartaz consegui sempre arranjar um pintor que me cedia o trabalho, sendo esse do país que iria ser abordado.

E as pessoas escreveram coisas fantásticas sobre esses países. Há um espólio, se assim o podemos dizer, a vários níveis que seria muito interessante reunir em livro. Até porque a Lusofonia é de facto algo muito rico, muito diverso, que é a nossa Língua Portuguesa. Aliás o tema foi durante esse ano, nesse aniversário, a Língua Portuguesa na Diversidade Cultural. Portanto isto é a Lusofonia, o que é uma mais-valia para a Língua Portuguesa. Foi exatamente no 3º aniversário que iniciou este processo, e neste promovemos uma exposição de artes plásticas, cujo tema foi o da sessão, como sempre. Esta exposição esteve um ano em várias localidades, como Lisboa e Moita.

Foi assim um ano muito gratificante e enriquecedor porque ficámos a conhecer, eu muito pessoalmente, realidades completamente diferentes, pois haviam pessoas que contavam a sua experiência.

E houve pessoas que nos contaram histórias fantásticas, sobre o que ainda as prende a esses países.

E penso que estamos na fase em que eu acho que já devemos ultrapassar e falar das coisas abertamente porque houve frustrações, coisas que magoaram, quem teve de regressar das ex-colónias, e também quem estava cá e que foi afetado pela guerra, e quer queiramos quer não sofremos com a vinda das pessoas, pois foi muita gente, e mexeu muito connosco, e continua a mexer. É óbvio que ficámos mais ricos porque eles trouxeram realidades diferentes. Eles falaram dos assuntos abertamente apesar de todas as dores, mas também sorrisos; e de facto foi muito rico.

Este era o meu sonho, mas já contactei a câmara municipal de Coruche, cuja não mostrou abertura, e é um risco muito grande pois daria muito trabalho, apesar de que para mim seria um gosto, mas depois fazer um livro para ficar com ele na gaveta…Enfim, este livro implicaria fotografia, algo que encarece os livros. Ainda assim continuo a achar que seria uma mais-valia para Coruche.”

 

Este domingo, 10 de fevereiro, celebram os 7 anos de “Um Poema na Vila”. Em que vão consistir essas comemorações?

“Temos um tema, que este ano vai ser “a poesia do real e mais além”, e sobre o mesmo haverá uma exposição de artes plásticas. O saxofonista coruchense David Carrapo, como sempre marca presença; que desde o primeiro ano simpaticamente acede ao convite para receber as pessoas, com a beleza do seu saxofone, e também, por vezes com flauta. Ele de facto é um instrumentista exímio.

Vamos ter também o Coro da Assembleia da República, e o poeta Fernando Pinto do Amaral, que é professor na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, e Doutorado em Literatura Contemporânea.

Acho que irá ser uma tarde muito interessante. Para além de que vamos ter, como é habitual aquilo que as pessoas que nos queiram trazer em termos de poesia.”

 

A comemoração do 7º aniversário de “Um Poema na Vila” vai acontecer, dia 10 de fevereiro, domingo, a partir das 15:00 horas, na Galeria do Mercado Municipal de Coruche.

 

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A entrevista pode ser ouvida, na íntegra, na Pagina do Facebook de NRR - Noticiar a Região do Ribatejo. Aceda através deste linK: https://www.facebook.com/211704213040209/videos/2340180946209691/?t=13